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Como o quiet quitting e o quiet ambition estão mudando o ambiente de trabalho? Quiet quitting é um problema para líderes? Confira nesse texto!

A dinâmica do ambiente de trabalho está em constante evolução, mais recentemente, dois conceitos têm ganhado destaque entre colaboradores de diversas esferas: quiet quitting e quiet ambition. Estas tendências refletem uma mudança na mentalidade dos profissionais, especialmente entre os da geração Z, e têm implicações significativas para empresários e líderes de equipes que buscam compreender e responder a essas novas atitudes.


Quiet quitting: A busca por satisfação e desenvolvimento

Quiet quitting, também conhecido como “resignação silenciosa”, é um fenômeno que tem sido observado em várias indústrias e setores. É um termo que surgiu como uma reação à sobrecarga de trabalho e à cultura de estar sempre disponível.

Ele é caracterizado por funcionários que, apesar de estarem satisfeitos com suas carreiras e empregos, começam a se afastar gradualmente da empresa, sem fazer um grande alarde ou drama. Isso pode incluir reduzir o tempo de trabalho, evitar responsabilidades ou simplesmente não se comprometer com o emprego. Aqui estão algumas razões pelas quais você, líder, deve observar e entender o quiet quitting:

  • Satisfação no trabalho: Muitos funcionários que praticam o “quiet quit” estão satisfeitos com suas carreiras e empregos, mas sentem que não estão alcançando seu potencial ou não estão recebendo o reconhecimento que merecem. Isso pode levar a uma sensação de frustração e desânimo.
  • Desenvolvimento profissional: Quiet quitting pode ser um sinal de que os funcionários não estão recebendo as oportunidades de desenvolvimento profissional que precisam. Isso pode levar a uma falta de motivação e engajamento no trabalho.
  • Liderança eficaz: Líderes que não são capazes de identificar e atender às necessidades dos funcionários podem contribuir para o quiet quitting. Isso pode ser resolvido com uma abordagem mais personalizada e flexível de liderança.

Não se trata de uma demissão literal, mas sim de uma decisão consciente de não exceder as responsabilidades contratuais, estabelecendo limites saudáveis entre o trabalho e a vida pessoalEste conceito ganhou força durante a pandemia, quando muitos profissionais começaram a priorizar o bem-estar e a repensar a relação com suas carreiras.

Impactos do quiet quitting para a empresa

Colaboradores que praticam quiet quitting podem estar insatisfeitos com suas carreiras, ambiente de trabalho ou perspectiva de vida, por isso o comprometimento deles vai ser abaixo do esperado. Isso pode eventualmente comprometer entregas de tarefas, acontecimentos de atrasos ou simplesmente da não proatividade da equipe. Por isso é importante reconhecer e agir para que não se crie uma cultura de esforço mínimo na sua empresa.

Quiet ambition: Redefinindo a ambição profissional

Quiet ambition, é a tendência de funcionários que estão repensando suas relações com a empresa, sucesso e ambição profissional, mais presente em colaboradores mais jovens, esses profissionais estão vendo que a dedicação e responsabilidades de líderes e gestores não é o que eles buscam. Preferindo realizar entregas consistentes e podendo priorizar suas realizações pessoais, no lugar de crescer na empresa.

O impacto desse comportamento nas empresas? Segundo um estudo da Visier, aproximadamente apenas 38% dos colaboradores não estão buscando chegar em algum cargo executivo (C-level) nas suas empresas. Os demais acreditam que o investimento de tempo não é compensatório. Veja os principais motivos que estão fazendo os colaboradores aderirem ao quiet ambition:

  • Estresse e pressão: Os profissionais identificam que, ao assumir cargos de gestão, suas responsabilidades e cobranças aumentarão, resultando em maior carga de estresse.
  • Carga horária e disponibilidade ao trabalho: A dedicação que um cargo de gestão pede acompanha mais disponibilidade e flexibilidade de horários, muitos colaboradores preferem não abrir mão do seu tempo.
  • Falta de interesse em cargos de liderança: Muitos planos de carreira podem ser montados e seguidos sem passar por cargos de liderança, a demanda por especialistas e o interesse dos profissionais nessa linha de crescimento tem aumentado.
  • Maior comprometimento com atividades fora do trabalho: As pessoas estão cada vez mais procurando tempo de qualidade fora de seus trabalhos, esse comportamento foi potencializado com a pandemia e trabalho remoto.
  • Experiências prévias com má gestão: Trabalhar com má gestão pode ser uma experiência que vai marcar o profissional, fazendo com que ele perca o interesse em assumir cargos de gestão.
  • Baixas expectativas de crescimento dentro da empresa: Planos de carreira mal elaborados, sem crescimento previsto podem desmotivar o colaborador, fazendo com que ele perca a perspectiva de crescimento e se desmotive.

Impactos do quiet ambition para a empresa

O quiet ambition pode acarretar em gaps na linha de sucessão da gestão da sua empresa, na falta de pessoas qualificadas e interessadas em assumir as responsabilidades de um cargo de gestão. O desânimo crônico que acomete os colaboradores tem se mostrado cada vez mais real e você, como líder, precisa entender quais ações pode tomar para mitigar os riscos de perder talentos dentro da sua empresa.

O quiet quitting e o quiet ambition podem ser prevenidos com liderança engajada e cultura colaborativa. Entenda os impactos dessa tendência na sua empresa.
Liderança engajada e cultura colaborativa podem ajudar a combater o quiet quitting e o quiet ambition. FOTO: Pexels

Estratégias para líderes e equipes

Agora que você entendeu um pouco mais sobre como funcionam e de onde surgem essas tendências de comportamento, é preciso compreender e se munir de ferramentas para lidar com essas realidades na sua equipe. Para líderes e gestores, é crucial desenvolver estratégias eficazes para lidar com esses fenômenos promovendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Aqui estão algumas dicas e mecanismos que podem ajudar a reverter ou mitigar essas situações dentro das equipes:

Lidando com o quiet quitting – promova confiança e flexibilidade:

  • Comunicação Transparente: Mantenha canais de comunicação abertos e próximos. Encoraje a cultura de feedback e feedforward na sua empresa. Entender as preocupações dos funcionários pode levar a ajustes que beneficiem todos.
  • Reconhecimento e Valorização: Mostre apreço pelo trabalho bem feito. O reconhecimento pode ser um poderoso motivador e pode ajudar a evitar que os funcionários se desliguem emocionalmente do trabalho.
  • Flexibilidade e Autonomia: Ofereça flexibilidade de horário e a possibilidade de trabalho remoto ou híbrido. Isso pode aumentar a satisfação no trabalho e diminuir a probabilidade de quiet quitting.
  • Oportunidades de Desenvolvimento: Invista em treinamento e desenvolvimento profissional. Colaboradores que veem um caminho claro para o crescimento são mais motivados e tem entregas melhores.

Lidando com o quiet ambition – incentive o crescimento saudável:

  • Ferramentas de Autoconhecimento: Proporcione recursos como terapia, mentoria e palestras para ajudar os funcionários a entenderem melhor suas dinâmicas pessoais e profissionais.
  • Cultura de Colaboração: Encoraje o trabalho em equipe e a colaboração. Profissionais em quiet ambition podem ficar mais confortáveis em alcançar objetivos comuns em vez de buscar resultados individuais.
  • Resistência à Visibilidade: Respeite o desejo de alguns funcionários de permanecerem nos bastidores. Encontre maneiras de valorizar suas contribuições sem forçá-los a buscar visibilidade.
  • Comunicação Transparente com o RH: Certifique-se de que há um entendimento claro das aspirações de carreira dos funcionários e se há interesse interno em cargos de liderança.
  • Planos de carreira e PDI: Elaborar diferentes planos de desenvolvimento junto aos colaboradores pode incentivar a criação de novas jornadas dentro da área de gestão.

Essas estratégias, podem auxiliar a criar um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam valorizados e motivados, reduzindo a incidência de quiet quitting e quiet ambition. É importante lembrar que cada equipe é única, e as soluções devem ser adaptadas às necessidades específicas dos funcionários e da organização.

Adaptando-se às Novas Realidades

Quiet quitting e quiet ambition são tendências recentes que refletem mudanças na sociedade, as pessoas estão revendo o equilíbrio entre as suas relações de vida, tempo e carreira. Essas mudanças estão impactando o ambiente de trabalho e as expectativas dos funcionários. Líderes e empresários devem entender essas novas abordagens para desenvolver e capacitar suas equipes de forma eficaz.

Ao fornecer comunicação aberta, oportunidades de desenvolvimento profissional e reconhecimento, você pode ajudar a prevenir quiet quitting e o quiet ambition, aproximando sua equipe e criando um ambiente de trabalho mais produtivo e eficaz, que promove crescimento e capacitação de profissionais.

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Descubra quem são, o que querem e as principais aspectos de trabalho da Gen Z, e como você, como líder, pode aprimorar seus métodos e aproveitar ao máximo a eficácia desses jovens.

A Geração Z já está presente no mercado de trabalho! Os jovens nascidos entre 95 e 2010, que são os primeiros nativos digitais do mundo e não precisaram se adaptar às tecnologias, já estabeleceram as novas regras do jogo. Eles são o futuro da sociedade e da força de trabalho, e por isso é importante conhecer suas características, desafios e necessidades. Neste texto, você vai descobrir quem são, o que querem e os principais aspectos de trabalho da Gen Z, e como você, como líder, pode aprimorar seus métodos e aproveitar ao máximo a eficácia desses jovens.


Ouça o texto na íntegra:

Passo 01: Como funciona a Gen Z

A Geração Z possui características marcantes e comportamentos muito diferentes das demais gerações, esses comportamentos são frequentemente motivo de embate com os millennials e baby boomers, gerações que já estão há mais tempo atuando no mercado de trabalho e agora são desafiados por novas perspectivas. Algumas das características da geração Z são:

Multitarefa e adaptável:
O ambiente hiperconectado que a Gen Z cresceu, ampliou a capacidade de realizar várias atividades ao mesmo tempo, como estudar, ouvir música e responder mensagens, sem perder o foco e nenhuma delas. Eles também se adaptam facilmente a novas situações e mudanças, pois estão acostumados com a velocidade e a diversidade do mundo digital.

Imediatista e impaciente:
Velocidade é lei para essa geração, eles querem resultados rápidos e eficientes, pois estão habituados à instantaneidade da internet e das redes sociais. Eles nasceram em um mundo onde não têm que esperar ou lidar com processos burocráticos e lentos

Inovador e criativo:
Eles têm uma visão tecnológica e intuitiva, fortemente alimentada pelo contato com interfaces projetadas para a resolução de demandas de maneira simples, esse contato constante que os ajuda a encontrar soluções inovadoras e criativas para os problemas. Eles também são naturalmente curiosos e autodidatas, preferindo aprender por conta própria através de diferentes fontes de informação.

Colaborativo e social:
A visão que a Gen Z tem é que o trabalho em equipe e a troca de ideias com outras pessoas são muito importantes para o desenvolvimento deles, por isso, tem mais facilidade em engajar em tarefas em equipe. Eles também são engajados socialmente. Questões ambientais, éticas e humanitárias são prioridade para essa geração.

Um grupo de jovens da Geração Z conversando e usando seus notebooks em um café moderno e aconchegante. A imagem ilustra o estilo de vida, as preferências e os valores dessa geração que é marcada pela diversidade, pela tecnologia e pelo empreendedorismo.

Passo 02: Os desafios que a Geração Z enfrenta

Por ser uma geração nova, recém ingressada no mercado de trabalho e por possuir um panorama muito diferente das demais gerações, a Gen Z tem alguns desafios extras no processo de entrada e começo de carreira, as principais são:

Competitividade e qualificação:
Almejando construir carreiras mais sólidas, eles competem com profissionais mais experientes, qualificados e que envelhecem melhor, mantendo-se ativos por mais tempo e em um mercado cada vez mais exigente e seletivo. Eles também têm que se atualizar constantemente, pois as tecnologias e as demandas mudam rapidamente.

Frustração e pessimismo:
O início de carreira pode ser uma etapa desafiadora para muitos, lidar com a frustração de não encontrar as oportunidades que se espera, mesmo após anos de dedicação aos estudos é um dos grandes enfrentamentos que a Gen Z tem passado. Eles também tendem a ter uma visão pessimista sobre o futuro, pois o cenário macroeconômico não demonstra perspectivas de melhora e as crises globais são cada vez mais presentes e duradouras.

Ansiedade e estresse:
A ansiedade e o estresse causados pela pressão por resultados, pela cobrança por desempenho, pela falta de tempo livre e pela exposição excessiva nas redes sociais tem sido grande pauta quando o assunto é o desenvolvimento das novas gerações. O burnout é um tema cada vez mais recorrente no mercado de trabalho e presente cada vez mais cedo, por isso o desenvolvimento e cuidados com a saúde mental são necessários desde o início da carreira de um aprendiz ou estagiário.

Passo 03: Mudanças de Geração

A Geração Z está buscando coisas diferentes no mercado de trabalho, que vão além apenas da remuneração financeira, eles são focados em participar de uma comunidade com propósito, e isso faz com que alguns dos valores tradicionais não se apliquem a essa geração. Os objetivos da Gen Z para o mercado de trabalho são:

Propósito e impacto:
As pessoas da geração Z priorizam trabalhar em empresas que tenham um propósito claro e que esse propósito seja convertido em ações práticas, gerando impacto positivo real na sociedade. Eles também querem sentir que o seu trabalho tem sentido e que contribui para as mudanças sociais que desejam ver.

Autonomia e flexibilidade:
A busca por autonomia para tomar decisões, expressar suas opiniões e escolher seus horários e locais de trabalho também é uma característica marcante da geração Z no mercado de trabalho. Procuram ter flexibilidade para conciliar o trabalho com outras áreas da vida, como lazer, família e saúde, e justamente por isso que novos modelos de trabalho e flexibilizações de jornadas, como a semana de 4 dias, anywhere office e trabalho por demanda vem tendo cada vez mais adesão.

Aprendizado e desenvolvimento:
O desenvolvimento pessoal e profissional, bem como oportunidades de aprendizado contínuo, são uma realidade para essa geração. Devido à grande competitividade do mercado, eles buscam sempre estar aprimorando suas habilidades. A busca por feedbacks constantes e reconhecimento pelo seu trabalho também é uma prática presente na Gen Z.

Diversidade e inclusão:
A inclusão é um direito de todos, e as gerações mais recentes tem prezado por trabalhar em ambientes que respeitem a diversidade de gênero, raça, orientação sexual, religião, cultura etc. A geração Z também tem priorizado o senso de comunidade e se sentir incluídos, valorizados e encorajados pelas suas diferenças.

A Geração Z trouxe novas perspectivas para as organizações, descubra quais são as mudanças que os jovens estão promovendo nas empresas.

Passo 04: Como se comunicar com a Gen Z

Os canais de comunicação, linguagem e maneiras de relacionamento da Gen Z são diferentes das demais gerações, devido a sua criação e cenário global que cresceram eles apresentam particularidades que, você, como líder, pode aproveitar para se aproximar das pessoas dessa geração:

Use a linguagem digital:
Como são nativos digitais, nascidos entre 95 e 2010, a geração Z prefere se comunicar por meio de canais digitais, como chat, vídeo e redes sociais. Eles também gostam de usar emojis, gifs, memes e outros recursos visuais para expressar suas emoções e ideias.

Seja direto e informal:
Dispense rodeios ou formalidades. Independente do canal de comunicação, eles preferem que ela seja realizada de maneira direta, objetiva e próxima, que use uma linguagem mais simples e coloquial. Afinal de contas, estamos conversando de humanos para humanos.

Mostre valor e relevância:
Criação de conteúdo relevante é mandatório, a Gen Z não se interessa por informações irrelevantes ou desnecessárias. Limpe seu conteúdo, pois eles querem saber o que é importante, o que é útil e o que é interessante para o momento.

Seja autêntico e transparente:
Além de relevante, seu conteúdo precisa ser verdadeiro e seu. Essa geração procura saber a verdade, e possui muitos métodos para achar ela, então nada de enganação. Também valorizam a autenticidade, a sinceridade e a coerência quando buscam informações ou conteúdos sobre algum tema.

A Geração Z é uma geração que traz consigo muitas oportunidades para o mercado de trabalho. Eles são jovens que têm uma visão diferente do mundo, do trabalho e de si mesmos. Eles são nativos digitais, multitarefas, imediatistas, inovadores, colaborativos, e também são impacientes, frustrados, ansiosos e exigentes, e todas essas características fazem deles profissionais, e pessoas únicas. Buscam propósito, autonomia, aprendizado, diversidade e inclusão no trabalho. A comunicação com a Gen Z acontece de forma digital, direta, informal, autêntica e transparente.

Você, como líder, precisa atrair e reter essa geração, oferecendo um ambiente de trabalho que seja tecnológico, dinâmico, flexível e diverso. Também precisa proporcionar oportunidades de trabalho que tenham sentido, impacto, reconhecimento e desenvolvimento, se adaptando às suas características, desafios e necessidades. Para isso, procure focar seus esforços em criação de conteúdo, em formar uma comunidade integrada entre os colaboradores em um ecossistema de inovação.

Para aprimorar as habilidades de jovens, aqui no CIEE-RS investimos em oficinas digitais de desenvolvimento de skills e comportamentos. Essas oficinas são disponibilizadas mensalmente e buscam nivelar o acesso a informações necessárias para o mercado de trabalho. Confira e indique nossas oficinas digitais no Portal CIEE-RS e nas nossas redes sociais.


Referências:

Adobe Future Workforce Study: What U.S. Employers Need to Know About Gen Z in the Workplace | Adobe Blog

Geração Z: Relações de uma geração hipertecnológica e o mundo do trabalho | Revista ReGea USP

Geração Z: características, desafios, necessidades | Robert Half

Comportamento da geração Z: 4 características para conhecer | Group Software

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O estágio é uma das formas mais comuns de iniciar a vida profissional e adquirir experiência no mercado de trabalho. A atividade oportuniza o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades na prática, de uma maneira mais próxima com a vivência do trabalho. Muitos estudantes procuram uma vaga de estágio em empresas que tragam consigo aprendizado, desafios e possibilidade de efetivação.

O estágio é uma das formas mais comuns de iniciar a vida profissional e adquirir experiência no mercado de trabalho. A atividade oportuniza o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades na prática, de uma maneira mais próxima com a vivência do trabalho. Muitos estudantes procuram uma vaga de estágio em empresas que tragam consigo aprendizado, desafios e possibilidade de efetivação. Mas como a sua empresa pode auxiliar nessa etapa, fazendo com que o estudante aproveite ao máximo esse período, aprimore habilidades e desenvolva sua carreira?


Quem pode estagiar?

Segundo a Lei do Estágio (LEI N.º 11.788, de 25 de setembro de 2008), o estágio deve ser uma atividade vinculada ao programa do curso que o estudante esteja matriculado. Portanto, pode ser estagiário qualquer estudante, a partir de 16 anos, que estiver frequentando o ensino regular nos seguintes tipos de instituições:

  • Ensino Superior
  • Ensino Médio
  • Ensino Profissionalizante (Técnico)
  • Educação Especial
  • EJA

A Lei ainda complementa que existem dois tipos de estágio: estágio obrigatório e estágio não-obrigatório. O estágio obrigatório é aquele que está definido no programa pedagógico do curso, então faz parte da formação do estudante. Já o estágio não-obrigatório pode ser desenvolvido como uma atividade extra, vai além da carga horária obrigatória do curso e não é requisito para ser aprovado ou conseguir o diploma do curso.

Mas atenção, a jornada de estágio do estudante não pode ultrapassar:

  • 4 horas diárias e 20 horas semanais para estudantes da educação especial e EJA;
  • 6 horas diárias e 30 horas semanais para estudantes do ensino superior, técnico e do ensino médio.

Quais são as principais dificuldades que os estudantes encontram ao tentar ingressar no mercado de trabalho?

Em um momento de vida repleto de incertezas, os jovens enfrentam muitos desafios para conseguir o primeiro estágio. Além da falta de experiência, eles precisam lidar com a expectativa de ter um bom desempenho e causar uma boa impressão, a pressão de conciliar os estudos e o trabalho, e as dificuldades de se adaptar ao ambiente profissional. Essas são algumas das principais barreiras que os jovens precisam superar para entrar e se consolidar no mercado de trabalho, identificadas na nossa pesquisa de perfil de estagiário:

  • A falta de experiência profissional. Esse é o principal obstáculo que os jovens encontram na hora de buscar um estágio ou um emprego. Muitas empresas exigem algum nível de experiência dos candidatos, mesmo para vagas de nível básico ou intermediário. Isso pode gerar frustração e desânimo nos jovens, que se sentem despreparados e desqualificados para o mercado de trabalho. Uma forma de contornar esse problema é incentivar a busca de outras formas de adquirir experiência prática, como trabalhos voluntários, projetos acadêmicos, cursos extracurriculares, participação em eventos, etc. Essas atividades podem enriquecer o currículo, demonstrar interesse e iniciativa, além de desenvolver habilidades técnicas e comportamentais;
  • O conflito de gerações. Outro desafio que os jovens podem enfrentar no mercado de trabalho é o choque cultural entre as diferentes gerações. Os jovens das gerações Y e Z, que nasceram entre os anos 1980 e 2000, têm perfis comportamentais distintos dos mais velhos, que pertencem às gerações X e Baby Boomers. Os jovens tendem a ser mais conectados, criativos, flexíveis, colaborativos e questionadores, enquanto os mais velhos tendem a ser mais conservadores, hierárquicos, rígidos, individualistas e obedientes. Essas diferenças podem gerar conflitos, mal-entendidos e resistências no ambiente de trabalho, prejudicando o relacionamento interpessoal e o desempenho das equipes. Para evitar isso, é preciso ter respeito, empatia, comunicação e adaptação. Como gestores, é importante reconhecer o potencial e a inovação dos jovens, enquanto buscamos orientá-los e apoiá-los, buscando o desenvolvimento de oportunidades.
  • A falta de alinhamento com a empresa. Um dos fatores que influenciam na satisfação e na motivação dos jovens no mercado de trabalho é o alinhamento entre seus valores, objetivos e interesses pessoais e profissionais com os da empresa em que trabalham. Os jovens buscam trabalhar em empresas que tenham um propósito claro, uma cultura positiva, um ambiente acolhedor e que ofereçam oportunidades de desenvolvimento e crescimento. Por isso, é importante que sua empresa tenha valores e propósito bem definidos e que sejam aplicados na prática do dia a dia da empresa. E preciso que o discurso se cumpra de maneira legítima.
Estágio e início de carreira: promovendo desenvolvimento para jovens

Como a sua empresa pode ajudar a desenvolver um estagiário?

O processo de desenvolvimento de um jovem em início de carreira dentro da sua empresa pode ser complexo, mas também muito recompensador. Um estagiário traz consigo uma visão de mundo fresca e atualizada, gerando ideias inovadoras para o seu negócio. Você pode ajudar a desenvolver essa potencialidade:

  • Oferecendo um ambiente de aprendizagem e feedback contínuo, que permita ao jovem estagiário conhecer as diferentes áreas da empresa, as rotinas e os processos, e receber orientação e avaliação sobre seu desempenho.
  • Proporcionando um plano de carreira e desenvolvimento, que mostre ao jovem as possibilidades de crescimento dentro da empresa, os requisitos e as competências necessárias para cada função, e os meios para alcançá-los.
  • Estimulando a participação e a criatividade do jovem, incentivando-o a contribuir com ideias, sugestões e soluções para os problemas e desafios da empresa, e reconhecendo seu valor e sua importância para o negócio.

Dessa forma, a sua empresa será um ambiente de desenvolvimento e motivação constante, capaz de descobrir, recrutar e capacitar novos talentos, que podem se tornar futuros colaboradores comprometidos com a empresa e assim proporcionando a criação de um ecossistema de constante evolução.

O CIEE-RS apoia o desenvolvimento de jovens em todo o estado com nossos programas de estágio e aprendizagem, jovens que estão se desenvolvendo e aprimorando suas qualidades enquanto realizam a prática profissional. Para contratar um estagiário ou aprendiz, acesse a nossa Plataforma Conjuntos. A Conjuntos é uma plataforma fácil e rápida, que conecta empresas e estudantes em busca de estágio ou aprendizagem. Acesse cieers.org.br/conjuntos e cadastre-se agora mesmo.

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O microlearning é uma oportunidade de desenvolvimento profissional para os estagiários e os aprendizes, que podem ampliar seus conhecimentos e habilidades de forma prática e dinâmica. É uma forma de acompanhar as mudanças do mercado e se preparar para os desafios da carreira.

O TikTok pode ser usado para ensinar e aprender de forma rápida e divertida! Neste artigo, você vai descobrir o que é o microlearning, uma tendência que se adapta ao perfil da geração Z, e como aplicá-lo na sua empresa para auxiliar no desenvolvimento de estagiários e aprendizes.


Ouça o texto na íntegra:

Na era digital, a atenção das pessoas é disputada por diversas fontes de informação e entretenimento. Isso pode dificultar o desenvolvimento e o engajamento dos colaboradores nas empresas, especialmente para os mais jovens, como estagiários e os aprendizes.

Uma forma de contornar esse desafio é usar o microlearning como estratégia de desenvolvimento profissional. A técnica microlearning consiste em oferecer conteúdos educativos por meio de drops curtos, objetivos e atrativos, que podem ser acessados a qualquer momento e em qualquer dispositivo.

O microlearning e os benefícios para os colaboradores e para as empresas:

O microlearning é uma ótima oportunidade para os estagiários e os aprendizes ampliarem seus conhecimentos e habilidades, de forma prática e dinâmica. É uma forma de acompanhar as mudanças do mercado e se preparar para os desafios da carreira.

  • Torna o processo de educação fácil, rápido e divertido
  • Aumenta a satisfação no trabalho e o engajamento na empresa
  • Se adapta à rotina de trabalho e às necessidades dos colaboradores
  • Garante uma eficácia 17% maior sobre o processo padrão de ensino, segundo pesquisa do Journal of Applied Psychology

Como aplicar o microlearning na sua empresa?

O microlearning pode ser aplicado de várias formas, usando diferentes formatos de conteúdo. Alguns exemplos são:

  • Ebooks
  • E-mails
  • Gráficos
  • Cards
  • Podcasts
  • Games
  • Vídeos

Os vídeos são especialmente efetivos para o microlearning, pois são muito consumidos e têm fácil assimilação, recordação e retenção. Para usar os vídeos como “doses de conhecimento”, o ideal é que eles tenham no máximo cinco minutos de duração e que contem com interatividade, como simulações, atividades ou questionários.

TikTok e microlearning

Uma das redes sociais que mais promove o microlearning hoje é o TikTok, a plataforma permite a criação e compartilhamento de vídeos curtos, geralmente com música, humor ou educação. O TikTok tem uma grande adesão por parte da comunidade universitária e da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010.

A geração Z é a primeira composta por nativos digitais, que cresceram em um ambiente completamente integrado com a internet e estão acostumados a consumir conteúdos curtos e dinâmicos. A geração Z apresenta muito mais interesse em aprender com a ajuda de vídeos do que com livros didáticos ou aplicativos educacionais. Muito se deve pelo fato dos vídeos serem conteúdos dinâmicos, interativos e que promovem mais engajamento.

O desenvolvimento de estagiários e aprendizes através do microlearning é uma técnica que vem se provando eficaz no ambiente empresarial.

O TikTok, que foi criado em 2017 e amplamente adotado por essa geração, pode ser usado como um grande aliado para criar conteúdos educativos de forma criativa e divertida, aproveitando os recursos da plataforma, como filtros, stickers, efeitos sonoros e hashtags. Alguns exemplos de conteúdos que podem ser criados no TikTok são:

  • Dicas sobre carreira, mercado de trabalho ou desenvolvimento pessoal
  • Explicações sobre conceitos, teorias ou ferramentas
  • Histórias sobre experiências profissionais ou casos de sucesso
  • Desafios ou quizzes sobre temas relevantes
  • Depoimentos ou entrevistas com colaboradores ou líderes da empresa

O TikTok é uma ferramenta útil para se conectar com as novas gerações de colaboradores, como os estagiários e os aprendizes da geração Z. Hoje existem diversos canais na plataforma focados em compartilhar dicas, conteúdos, informações e curiosidades. Essas pessoas cresceram em uma sociedade altamente conectada e estão acostumadas a consumir conteúdos curtos e dinâmicos.

O microlearning é uma oportunidade de desenvolvimento profissional para os estagiários e os aprendizes, que podem ampliar seus conhecimentos e habilidades de forma prática e dinâmica. É uma forma de acompanhar as mudanças do mercado e se preparar para os desafios da carreira.


Referencial:

Microlearning: conheça essa técnica de treinamento e desenvolvimento | Gupy Blog

Microlearning através do TikTok no Ensino Superior. Uma avaliação de usos e potenciais

Como é a geração Z no mercado de trabalho? Entenda!

Como a Geração Z aprende?

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