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Lazy job é uma tendência que viralizou no tik tok e a gen Z o levantou como uma baneira do que está buscando profissionalmente. Saiba mais!

A geração Z está trazendo novos conceitos para o mercado de trabalho, entre eles, um em particular vem ganhando força. O de trabalhar menos e melhor, o Lazy Job busca um maior equilíbrio entre vida pessoal e carreira para os profissionais.

Essa tendência vem trazendo impactos para os gestores, que em alguns casos, estão percebendo isso como uma queda de produtividade e rendimento. Entenda mais sobre os diferentes aspectos desse comportamento no texto:


O que é o lazy job

O lazy job é um comportamento onde os colaboradores fazem apenas o que é solicitado, buscando realizar suas atividades em menos tempo e, principalmente, com menos esforço empenhado.

Muitos estudiosos acreditam que essa atitude pode ser vista como um comportamento de resistência ao excesso de trabalho e às expectativas irrealistas que o mercado tem imposto em muitos casos. 

Surgimento do termo 

O termo “lazy job” ganhou força nas redes socias após uma publicação no Tik Tok com a hashtag “lazygirlsjob”. A publicação se referia a adoção da prática por uma profissional que, após perceber que conseguia completar suas atividades em pouquíssimo tempo e que boa parte do seu trabalho era dedicado a tarefas sem sentido, resolveu adotar a prática mais tranquila de trabalho.

Definição e características 

Definição 

O lazy job é caracterizado por uma atitude de tolerância no trabalho, onde os funcionários buscam realizar apenas o essencial em suas atividades, sem se envolver em projetos novos, demandas excessivas ou comportamentos que possam ser identificados como uma busca por crescimento profissional. Adeptos da tendência acreditam principalmente que o equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal está desbalanceado, e que a dedicação a carreira deve ser recompensada.

Características 

  • Baixo Engajamento: Funcionários que adotam o “lazy job” geralmente mostram pouco interesse em projetos adicionais ou em contribuir para a melhoria da empresa. 
  • Cumprimento de tarefas: Eles realizam apenas as tarefas que são explicitamente exigidas, evitando qualquer esforço extra. 
  • Falta de iniciativa: Profissionais que adotam o lazy job não buscam atividades novas nem tem proatividade de melhorar processos. 

Mas porque essa tendência vem ganhando força? 

O  Burnout se tornou uma das principais doenças causadas pelo trabalho hoje e o aumento do estresse e da exaustão causada pelo trabalho se tornou uma preocupação crescente, com muitos funcionários enfrentando esgotamento físico e emocional devido à carga de trabalho excessiva e à falta de apoio adequado.

As mudanças no modo de trabalhar que surgiram também permitiram que os profissionais tivessem mais controle sobre seus horários e rotinas. Com a flexibilização de jornadas, muitos profissionais começaram a reavaliar suas prioridades com maior foco em sua saúde mental e bem-estar, resultando em uma redução na intensidade e prioridade nas atividades do trabalho. 

Estamos conectados 24 horas por dia, 7 dias por semana. A rápida adoção de novas tecnologias e ferramentas de comunicação digital também exigiu uma curva de aprendizado significativa e uma presença e disponibilidades constantes, o que aumentou a pressão sobre os funcionários para se adaptarem rapidamente. 

Nesse cenário, profissionais, principalmente membros da geração Z, que representam cerca de 25% a força de trabalho do país, estão mais preocupados em não serem engolidos pela rotina e agilidade com que as informações estão acontecendo. Focando em seu bem estar e entendendo que a carreira pode não trazer tanta realização como outras gerações pensam.

Quiet Quitting e Great Resignation 

Apesar de ser um fenômeno diferente, o lazy job muitas vezes é visto como uma etapa antecedente ou um outro modo de quiet quitting ou um resquício da great resignation. Entenda as principais diferenças entre os conceitos. 

Quiet Quitting 

O quiet quitting acontece quando um colaborador decide fazer apenas o mínimo necessário no trabalho, como uma maneira de buscar uma demissão indireta, quando o profissional pratica o quiet quitting ele busca não se envolver em nada além do que é estritamente exigido.

Em vez de se demitir imediatamente, a pessoa opta por não se esforçar além do básico, mantendo-se na empresa enquanto busca outras oportunidades ou até decide sair eventualmente. 

Great Resignation 

A Great Resignation foi o fenômeno em que muitos trabalhadores decidem deixar seus empregos. Ela aconteceu durante a pandemia de COVID-19, quando muitas pessoas reavaliaram suas prioridades e buscaram melhores condições de trabalho, maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ou novas oportunidades de carreira e com isso, houve uma grande demissão em massa em muitos países.

Muitos desses profissionais entenderam, juntamente ao cenário de crise, que suas carreiras não eram a prioridade em suas vidas e buscaram maneiras alternativas para adquirir renda. 

Impacto do lazy job para empresas 

Produtividade e resultados

A adoção do lazy job pode levar a uma queda na produtividade em geral, uma vez que a prioridade dos profissionais não é mais a carreira, esse comportamento tem reflexos na eficiência competitiva da empresa.

A diminuição da produtividade pode, em alguns casos, resultar em prazos não cumpridos, qualidade inferior dos produtos ou serviços e, eventualmente, perda de clientes e receita. 

Cultura organizacional e gestão

Uma cultura de lazy job sempre é um sintoma de pouco ou nenhum reconhecimento das atividades realizadas pelos colaboradores, bem como o mal planejamento de carreira e compromisso. Se diversos colaboradores estão adotando uma postura menos comprometida pode ser o momento de avaliar se a cultura de sua empresa está reconhecendo e evoluindo juntamente com os funcionários.

Nesse cenário, muitos líderes podem enfrentar dificuldades em manter a equipe motivada e comprometida, o que pode eventualmente levar ao aumento na rotatividade de funcionários e a uma maior dificuldade em atrair e reter talentos. 

Como as lideranças podem lidar com o lazy job 

Como é uma tendência nova, que traz um comportamento que pode não ser muito desejável para algumas empresa, o lazy job pode se mostrar como um desafio, e os líderes precisam estar preparados para lidar com ele. Muitas das soluções podem passar por criar políticas claras, promover um ambiente de trabalho motivador e incentivar o desenvolvimento contínuo das habilidades dos funcionários. A seguir, vamos ver algumas ações práticas que podem ajudar a enfrentar esse desafio de forma eficaz. 

O “lazy job” ganhou força nas redes socias após um post que mencionava a mudança de prioridade por profisisonais, focando mais em suas vidas pessoais.
  • Incentivar feedback – Líderes devem promover uma comunicação aberta e honesta com suas equipes, incentivando os funcionários a expressarem suas preocupações e sugestões. Uma cultura de feedback cria esses espaços de comunicação entre equipe e liderança.
  • Transparência nas decisões – Manter os colaboradores informados sobre as decisões da empresa e o planejamento que resultou nelas pode aumentar a confiança e o engajamento. 
  • Programas de reconhecimento – Reconhecer e recompensar o esforço e o desempenho dos funcionários é crucial para manter a motivação. Programas de reconhecimento podem incluir bônus, promoções e outras formas de incentivo. 
  • Jornadas flexíveis – Oferecer flexibilidade no local de trabalho, como horários flexíveis e opções de trabalho remoto, pode ajudar a melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, reduzindo o estresse e a exaustão. 
  • Liderança por metas – Ao invés de gerenciar seus colaboradores por tempo presente na empresa, investir em um plano de gestão por entregas e metas claras de cada colaborador pode ajudar na compreensão da importância e necessidade de cada um.
  • Oportunidades de treinamento – Investir no desenvolvimento profissional dos funcionários, oferecendo oportunidades de treinamento e crescimento, pode aumentar o engajamento e a satisfação no trabalho. 
  • Planos de carreira – Criar planos de carreira claros e oferecer suporte para o desenvolvimento das habilidades necessárias pode motivar os funcionários a se dedicarem mais ao trabalho. 

Lazy Job no Futuro 

Os avanços de tecnologia e a IA estão substituindo tarefas repetitivas, aumentando a eficiência, reduzindo custos e auxiliando no processo de tomada de decisões estratégicas. Mas ao mesmo tempo, estamos cada vez mais sobrecarregados e constantemente presentes nas nossas atividades.

O mercado de trabalho mudou rápido e isso exige novas formas de pensar sobre o trabalho. O lazy job é só um dos muitos desafios e oportunidades que surgem. Entender essas tendências pode ajudar a construir um futuro de trabalho mais justo e humanizado.

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Como o quiet quitting e o quiet ambition estão mudando o ambiente de trabalho? Quiet quitting é um problema para líderes? Confira nesse texto!

A dinâmica do ambiente de trabalho está em constante evolução, mais recentemente, dois conceitos têm ganhado destaque entre colaboradores de diversas esferas: quiet quitting e quiet ambition. Estas tendências refletem uma mudança na mentalidade dos profissionais, especialmente entre os da geração Z, e têm implicações significativas para empresários e líderes de equipes que buscam compreender e responder a essas novas atitudes.


Quiet quitting: A busca por satisfação e desenvolvimento

Quiet quitting, também conhecido como “resignação silenciosa”, é um fenômeno que tem sido observado em várias indústrias e setores. É um termo que surgiu como uma reação à sobrecarga de trabalho e à cultura de estar sempre disponível.

Ele é caracterizado por funcionários que, apesar de estarem satisfeitos com suas carreiras e empregos, começam a se afastar gradualmente da empresa, sem fazer um grande alarde ou drama. Isso pode incluir reduzir o tempo de trabalho, evitar responsabilidades ou simplesmente não se comprometer com o emprego. Aqui estão algumas razões pelas quais você, líder, deve observar e entender o quiet quitting:

  • Satisfação no trabalho: Muitos funcionários que praticam o “quiet quit” estão satisfeitos com suas carreiras e empregos, mas sentem que não estão alcançando seu potencial ou não estão recebendo o reconhecimento que merecem. Isso pode levar a uma sensação de frustração e desânimo.
  • Desenvolvimento profissional: Quiet quitting pode ser um sinal de que os funcionários não estão recebendo as oportunidades de desenvolvimento profissional que precisam. Isso pode levar a uma falta de motivação e engajamento no trabalho.
  • Liderança eficaz: Líderes que não são capazes de identificar e atender às necessidades dos funcionários podem contribuir para o quiet quitting. Isso pode ser resolvido com uma abordagem mais personalizada e flexível de liderança.

Não se trata de uma demissão literal, mas sim de uma decisão consciente de não exceder as responsabilidades contratuais, estabelecendo limites saudáveis entre o trabalho e a vida pessoalEste conceito ganhou força durante a pandemia, quando muitos profissionais começaram a priorizar o bem-estar e a repensar a relação com suas carreiras.

Impactos do quiet quitting para a empresa

Colaboradores que praticam quiet quitting podem estar insatisfeitos com suas carreiras, ambiente de trabalho ou perspectiva de vida, por isso o comprometimento deles vai ser abaixo do esperado. Isso pode eventualmente comprometer entregas de tarefas, acontecimentos de atrasos ou simplesmente da não proatividade da equipe. Por isso é importante reconhecer e agir para que não se crie uma cultura de esforço mínimo na sua empresa.

Quiet ambition: Redefinindo a ambição profissional

Quiet ambition, é a tendência de funcionários que estão repensando suas relações com a empresa, sucesso e ambição profissional, mais presente em colaboradores mais jovens, esses profissionais estão vendo que a dedicação e responsabilidades de líderes e gestores não é o que eles buscam. Preferindo realizar entregas consistentes e podendo priorizar suas realizações pessoais, no lugar de crescer na empresa.

O impacto desse comportamento nas empresas? Segundo um estudo da Visier, aproximadamente apenas 38% dos colaboradores não estão buscando chegar em algum cargo executivo (C-level) nas suas empresas. Os demais acreditam que o investimento de tempo não é compensatório. Veja os principais motivos que estão fazendo os colaboradores aderirem ao quiet ambition:

  • Estresse e pressão: Os profissionais identificam que, ao assumir cargos de gestão, suas responsabilidades e cobranças aumentarão, resultando em maior carga de estresse.
  • Carga horária e disponibilidade ao trabalho: A dedicação que um cargo de gestão pede acompanha mais disponibilidade e flexibilidade de horários, muitos colaboradores preferem não abrir mão do seu tempo.
  • Falta de interesse em cargos de liderança: Muitos planos de carreira podem ser montados e seguidos sem passar por cargos de liderança, a demanda por especialistas e o interesse dos profissionais nessa linha de crescimento tem aumentado.
  • Maior comprometimento com atividades fora do trabalho: As pessoas estão cada vez mais procurando tempo de qualidade fora de seus trabalhos, esse comportamento foi potencializado com a pandemia e trabalho remoto.
  • Experiências prévias com má gestão: Trabalhar com má gestão pode ser uma experiência que vai marcar o profissional, fazendo com que ele perca o interesse em assumir cargos de gestão.
  • Baixas expectativas de crescimento dentro da empresa: Planos de carreira mal elaborados, sem crescimento previsto podem desmotivar o colaborador, fazendo com que ele perca a perspectiva de crescimento e se desmotive.

Impactos do quiet ambition para a empresa

O quiet ambition pode acarretar em gaps na linha de sucessão da gestão da sua empresa, na falta de pessoas qualificadas e interessadas em assumir as responsabilidades de um cargo de gestão. O desânimo crônico que acomete os colaboradores tem se mostrado cada vez mais real e você, como líder, precisa entender quais ações pode tomar para mitigar os riscos de perder talentos dentro da sua empresa.

O quiet quitting e o quiet ambition podem ser prevenidos com liderança engajada e cultura colaborativa. Entenda os impactos dessa tendência na sua empresa.
Liderança engajada e cultura colaborativa podem ajudar a combater o quiet quitting e o quiet ambition. FOTO: Pexels

Estratégias para líderes e equipes

Agora que você entendeu um pouco mais sobre como funcionam e de onde surgem essas tendências de comportamento, é preciso compreender e se munir de ferramentas para lidar com essas realidades na sua equipe. Para líderes e gestores, é crucial desenvolver estratégias eficazes para lidar com esses fenômenos promovendo um ambiente de trabalho saudável e produtivo. Aqui estão algumas dicas e mecanismos que podem ajudar a reverter ou mitigar essas situações dentro das equipes:

Lidando com o quiet quitting – promova confiança e flexibilidade:

  • Comunicação Transparente: Mantenha canais de comunicação abertos e próximos. Encoraje a cultura de feedback e feedforward na sua empresa. Entender as preocupações dos funcionários pode levar a ajustes que beneficiem todos.
  • Reconhecimento e Valorização: Mostre apreço pelo trabalho bem feito. O reconhecimento pode ser um poderoso motivador e pode ajudar a evitar que os funcionários se desliguem emocionalmente do trabalho.
  • Flexibilidade e Autonomia: Ofereça flexibilidade de horário e a possibilidade de trabalho remoto ou híbrido. Isso pode aumentar a satisfação no trabalho e diminuir a probabilidade de quiet quitting.
  • Oportunidades de Desenvolvimento: Invista em treinamento e desenvolvimento profissional. Colaboradores que veem um caminho claro para o crescimento são mais motivados e tem entregas melhores.

Lidando com o quiet ambition – incentive o crescimento saudável:

  • Ferramentas de Autoconhecimento: Proporcione recursos como terapia, mentoria e palestras para ajudar os funcionários a entenderem melhor suas dinâmicas pessoais e profissionais.
  • Cultura de Colaboração: Encoraje o trabalho em equipe e a colaboração. Profissionais em quiet ambition podem ficar mais confortáveis em alcançar objetivos comuns em vez de buscar resultados individuais.
  • Resistência à Visibilidade: Respeite o desejo de alguns funcionários de permanecerem nos bastidores. Encontre maneiras de valorizar suas contribuições sem forçá-los a buscar visibilidade.
  • Comunicação Transparente com o RH: Certifique-se de que há um entendimento claro das aspirações de carreira dos funcionários e se há interesse interno em cargos de liderança.
  • Planos de carreira e PDI: Elaborar diferentes planos de desenvolvimento junto aos colaboradores pode incentivar a criação de novas jornadas dentro da área de gestão.

Essas estratégias, podem auxiliar a criar um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam valorizados e motivados, reduzindo a incidência de quiet quitting e quiet ambition. É importante lembrar que cada equipe é única, e as soluções devem ser adaptadas às necessidades específicas dos funcionários e da organização.

Adaptando-se às Novas Realidades

Quiet quitting e quiet ambition são tendências recentes que refletem mudanças na sociedade, as pessoas estão revendo o equilíbrio entre as suas relações de vida, tempo e carreira. Essas mudanças estão impactando o ambiente de trabalho e as expectativas dos funcionários. Líderes e empresários devem entender essas novas abordagens para desenvolver e capacitar suas equipes de forma eficaz.

Ao fornecer comunicação aberta, oportunidades de desenvolvimento profissional e reconhecimento, você pode ajudar a prevenir quiet quitting e o quiet ambition, aproximando sua equipe e criando um ambiente de trabalho mais produtivo e eficaz, que promove crescimento e capacitação de profissionais.

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